Um verão pequeno e lerdo nos Estados Unidos
Depois de uma nostálgica viagem de volta aos anos 90 por entre algumas poucas séries, voltamos às novas. Hoje comentarei um tipo de sci-fi suspense indefinido, um draminha adolescente, um documentário médico, o final de temporada de dois dramas médicos e a bomba da temporada lá nos Estados Unidos. Também vou abrir espaço para uma série brasileira e outra australiana, devido a surpresa que tive com ambas. So let's go on.
1. Pretty Little Liars
2. Persons Unknown
3. Rush
É uma série policial australiana que eu baixei ao acaso de uma lista de torrents novos. Mas acabei gostando e é anos-luz melhor que muitos dos police procedurals sem graça dos Estados Unidos (como, por exemplo, The Mentalist) e tem um clima corrido e divertido além daquele sotaque semibritânico que os australianos tem. A Austrália não tem muita tradição em séries, mas já saiu diversas coisas boas de lá, como Blue Water High e Nightmares and Dreamscapes. É bem estruturada, as atuações são sólidas e os personagens exalam carisma - além da série se aproveitar bem do lado psicológico de cada personagem. Nota: 8/10
4. Na Forma da Lei
Essa série não deve ser desconhecida de muitos, devido ao fato de ser uma série brasileira. A Globo, numa tentativa de diversificar sua linha de séries e minisséries, encomendou algo que seguisse a linha de Law & Order. Saiu Na Forma da Lei, seriado policial estrelado por conhecidos atores como Ana Paula Arósio e Luana Piovani. Como tudo de ficção que é feito na televisão brasileira aberta, poderia ter sido mais uma série cliché, moralista e sem nenhuma ousadia - convenhamos, a televisão aberta nacional tem um potencial pra qualidade muito pouco explorado, devido ao fato de que todas as emissoras abertas cedem esse potencial a favor de audiência fácil, com porcarias como Os Mutantes e Malhação aos montes pela Globo, Record, SBT e Bandeirantes. Mas Na Forma da Lei segue um caminho relativamente diferente: trata do cotidiano de policiais federais e mescla isso com famílias de políticos e a vida desses policiais. Foi uma série com bastante ousadia, tratando de corrupção, tráfico e a justiça brasileira de uma forma direta e com pouca enrolação. Chegou até a retratar um tipo de relacionamento homossexual - de um modo, pela primeira vez na TV aberta brasileira, direto - e havia um fumante (só digo isso porque na TV parece que ninguém no Brasil fuma). Ótima série, e como qualquer ótima série brasileira, foi cancelada na primeira temporada. Ótima, Rede Globo. Nota: 8,5/10
O desfibrilador não salvou: o fim de Mercy
Como eu previa, Mercy, em sua primeira temporada, foi cancelada após 22 episódios de consistente declínio na audiência - e progresso na qualidade. Alguns episódios tiveram uma força dramática excelente e as atuações foram sempre de boa qualidade, e seu último episódio não fora diferente. De uma energia fugaz e um texto simples mas por ser bem articulado e por ter fortes atuações eleva muito a qualidade da série. Mercy foi embora mas foi uma das poucas séries médicas a me deixar ansioso pelo próximo episódio.
Falando em séries médicas, a sexta temporada de Grey's Anatomy chegou ao fim com um excelente episódio, o tipo de classificação que só se podia dar a Grey's em temporadas passadas. O fim dessa temporada culminou em um ótimo episódio duplo com extremos níveis de drama - aliás, drama esse muito bem construído - e atuações incríveis. Se Grey's manter três quartos da qualidade apresentada nesse final de temporada em sua nova nessa primavera, já irá ser bom, porque esse episódio foi bastante forte e bem feito. Como antes acontecia.
Documentários são sempre uma área interessante, mas é triste que na televisão eles sejam geralmente limitados aos reality shows, um tipo de documentário de qualidade inferior (ao menos no meu ponto de vista). Não exatamente de qualidade inferior, mas propósito diferente: enquanto o documentário serve para retratar tal realidade, o reality serve puramente para dar audiência ao canal. Quando aparece uma série-documentário na televisão que aborda seu tema com seriedade e de um modo imparcial, isso torna tal série rara. Boston Med é uma dessas raras séries-documentário e, como deve-se imaginar, trata sobre um hospital de Boston, Massachusetts. Ótimo documentário, retrata com qualidade o dia-a-dia do incongruente sistema médico americano e as ânsias e problemas enfrentados com extremidade por lá. Não que lembre em algo o SUS, mas serve pra lembrar-nos que nem tudo é perfeito na terra do Tio Sam.
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