agosto 14, 2010

90s e 00s em séries: o que vem mudando?

Venho assistindo algumas séries dos anos 90 e final dos anos 80, devido em parte ao abandono de novas séries e novas temporadas em um verão bem devagar e pequeno lá nos Estados Unidos em questões televisivas. Ainda assim comecei recentemente a acompanhar novas séries que estão rolando por lá e me surpreendi por gostar da maioria das que assisti por enquanto - isso teve a ajuda de uma amiga ainda mais viciada em séries americanas, e como nossos gostos são parecidos... bom, ela teve parte da culpa de me viciar em Pretty Little Liars. Mas depois vou chegar nisso. Antes pretendo relembrar algumas séries caricatas (ou não) do começo dos anos 90 e que tiveram influência no modelo das séries atuais, além de iniciarem tendências que se arrastam até hoje - como o fenômeno das séries adolescentes, por exemplo - e até propositaram o título desse blog. Logo após, outro post com séries novas desse verão e ainda mais longe, a comparação entre uma década extremamente brega que deu início a movimentos tão miseráveis como o pagode mas também rendeu ótimas séries.

Os Anos 90 nas séries

Arquivo-X


Vocês provavelmente tinham total idéia que eu iria colocar entre as séries essa cujo título desse blog foi inspirado por. Mas merece ser reverenciada - e referenciada - essa ótima série que deu início a uma gigantesca tendência de outras séries de ficção-científica e principalmente sobre alieníginas ou a possibilidade de vida extraterrestre. Criada num momento onde o final da Guerra Fria propiciou uma série de descobertas arquivológicas sobre documentos que alegam a existência de objetos voadores de fora do planeta e de estranhos seres vivos encontrados por campos delgados, Arquivo-X veio a se tornar a primeira série de ficção científica com real sucesso na TV aberta americana e foi um dos fatores principais para a popularização do canal Fox. Com ótimas atuações de David Duchovny (Californication) e Gillian Anderson, Arquivo-X foi uma das séries mais inteligentes e provocadoras que já existiram e suas conspirações eram tão bem construídas (principalmente seu arco mitológico) que levou muitas pessoas a querem acreditar em tudo o que o agente Mulder dizia a agente cética Scully. Grande série. Nota: 10/10

Séries adolescentes: não culpe apenas Beverly Hills 90210

Sim, foi nos anos 90 que surgiu o que hoje se transcreve em Skins, The O.C., The Secret Life of the American Teenager e o mais novo produto cobiçado por adolescentes e pré-adolescentes fanáticas e ocas de todo o mundo: Pretty Little Liars. Falar dos anos 80 sem falar de séries adolescentes não rola, pela sentença escrita acima. Mas a culpa não está centralizada no endereço dos milionários em Beverly Hills. A culpa também recai sobre outra série, mas não de um jeito negativo. My So-Called Life estreou em um horário (e dois dias depois de eu nascer, haha) onde Friends também era exibido e acabou sendo cortada do calendário ao fim de sua primeira temporada. Era uma série ousada e até mesmo forte, lidando, em 1994, com temas como estupro, homossexualidade, drogas (inclusive sintéticas), cultura do medo, adultério e muitos outros temas muito bem abordados ao longo de apenas 19 episódios. Era um drama muito bem construído e atuado e merecia receber mais uma temporada. Porém, na época não se reconhecia a força que dramas adolescentes poderiam ter no mecado entre seu público alvo e a série foi cortada. Mas teve tempo de se tornar um dos clássicos da televisão e uma das melhores séries de todos os tempos - sem exagero. Porém inaugurou o gênero que ainda estava subexplorado. Veio também - e eu não posso deixar de comentar sobre essa - na Fox a clássica Beverly Hills 90210, que inaugurou outra seção da ficção adolescente nas séries: as novelinhas bobas adolescentes. Ao Shannen Doherty dizer que precisa de um cigarro e Jason Priestly responder a ela que "se ela pode vencer o cigarro ela pode vencer tudo", a série estava perpetuando o gênero que iria mais tarde se tornar um dos maiores fenômenos escatológicos de todos os tempos. A série começou a ser exibida em 1990 e atingiu o ápice de sua popularidade entre 1993 e 1995. Como My So-Called Life adereçou diversos tópicos sociais como homofobia e uso de drogas, mas de um jeito mais leve e bonito. Afinal, eram todos ricos, sarados, bonitos e não tinha como eles se darem remotamente mal.
My So-Called Life | Nota: 9,5/10
Beverly Hills 90210 | Nota: 7,5/10


E não há como escapar de comentar de séries do canal - que hoje é o triste The CW - no qual os adolescentes americanos finalmente encontraram uma identificação (e modelos estúpidos para seguir): o The WB. Com séries como Dawson's Creek e Buffy (além de Felicity e 7th Heaven), o canal se popularizou enormemente entre jovens e tais programas ganharam gigantes bases de fãs jovens. Daweson's Creek tinha um crivo mais sério, porém ainda assim leve para ser amplamente aceita. Tinha uma linguagem relativamente ousada, com referências a assuntos ainda hoje tabus como masturbação (referido por Joey como 'levar o cachorro para passear') e um constante espírito de busca por liberdade. Foi um ótimo e divertido programa e uma adição de qualidade ao rol das séries adolescentes - com o tímido primeiro beijo entre dois homens da TV americana, se bem que isso é algo disputado. Também houve Buffy, sobre a adolescente que caçava vampiros com seus parceiros de escola. Destaque em Buffy para a excelente tensão sexual crescente entre os membros do programa e alguns arcos de relacionamento bem construídos, mas destaque negativo para a parte dos vampiros que era thrash ao extremo.
Dawson's Creek | Nota: 8,5/10
Buffy | Nota: 6/10
Felicity | Nota: 5/10

Menções honrosas:
Degrassi: The Next Generation | Nota: 8/10


NYPD Blue: remanescente da admiração policial dos anos 80


Do mesmo produtor da ótima L.A. Law, NYPD Blue ia para o outro lado dos Estados Unidos e manteve a estrutura tensa e realista de sua antecessora L.A. Law: tocou durante suas doze temporadas em assuntos controversos como pena de morte, controle de riscos, relações homossexuais e homofobia, violência doméstica e AIDS, dessa vez mostrando o dia-a-dia dos policiais do 15º distrito de Manhattan. Ousado e com cenas de nudez, além de ser relativamente realista, NYPD Blue é muito melhor que esses police procedurals de hoje em dia e seu criador Bohcho fez por merecer o reconhecimento e mérito gigante que a série recebeu.
NYPD Blue | Nota (pelas sete primeiras temporadas): 10/10


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