fevereiro 08, 2010

Volta do hiatus, parte 2: o sexo com um desconhecido das séries de comédia

Ok, meu blog entrou em sério esquecimento mas senti uma forte necessidade de escrever sobre séries, depois de diárias visitas ao TVbytheNumbers e o Zap2it, além da volta de Survivor - e sim, vou fazer um post sobre Survivor: Samoa. Vou falar sobre as estréias primeiro, que foram em sua esmagadora maioria fracas, o que me fez acompanhar - ao menos até uma parte - pouquíssimas séries.

Fall: novas séries dramáticas

  • Mercy (NBC): após assistir a uma série de trailers de séries que pareciam bastante interessantes ou com artistas conhecidos - vamos ver, Courteney Cox - cheguei a uma que não me lembrou nada e qual eu nunca tinha houvido falar (e dúvido que você tenha, ainda hoje): Mercy, nova série médica que a NBC tenta emplacar no lugar da eterna ER. Após assistir ao trailer (disponível aqui), porém, me surgiu uma pontinha de interesse, motivada por algum diálogo bom e Michelle Trachtenberg estar no elenco. Assisti o piloto duas semanas após sua estréia e logo viciei no draminha médico sobre enfermeiras de um hospital de Nova Jersey. O programa tem um diálogo esperto, uma comédia natural e drama não exagerado, apesar de ser cliché - mas não ao ponto de incomodar. Também fortes atuações, como da ex-combatente no Iraque Taylor Schiling e da própria Michelle. A partir do 1x13, James van der Beek (de Dawson's Creek) começa a participar da série, como um médico experimente e pretensioso. Infelizmente a audiência não é muito boa - mas não exatamente ruim - e o programa ainda não foi renovado. 9/10
  • The Good Wife (CBS): contando a história da esposa de um político que teve a traição do marido estampada em capas de revistas e televisão e anos após isso e seu marido atrás das grades ela retorna a sua carreira de advogada, numa das empresas mais respeitáveis de Chicago. O que poderia ser mais um police-procedural chato da CBS se tornou uma ótima série com uma trama extremamente interessante e até alguns casos-da-semana interessantes - apesar de permanecerem o ponto mais fraco da série. A atuação de Julianna Margulies é incrível e a série já foi renovada para uma segunda temporada. 8/10
  • Trauma (NBC): outro drama médico da NBC, sendo esse sobre um grupo de paramédicos de São Francisco. Er, atuações terríveis, diálogo insuportável, trama mais cliché que One Tree Hill e situações forçadas fazem desse o pior novo drama do fall season. A maioria das críticas ao programa também são negativas e o programa foi cancelado depois de um mês de exibição, mas a NBC - por ser estúpida - voltou atrás na decisão e pediu uma temporada completa. Ew. 2/10
  • V (ABC): sci-fi sobre uma invasão alienígena simultânea onde os tais 'alienígenas' (os Vs) clamam serem nossos amigos e estarem aqui para dividir tecnologia e criar um bonde entre os planetas - claro. Eles são bastante carismáticos, no melhor estilo Hitler, e atingem os jovens com programas de monitores e esse tipo de coisa tirado da Juventude Hitlerista - ok, parei. V teve exibição de apenas cinco episódios e volta depois das olimpíadas. Esses cinco episódios foram suficientemente interessantes, o programa tem uma boa história e manteve a tensão do grupo anti-Vs por entre esses episódios, além de atuações boas - veja bem, nada ótimo. Não é de se chocar com a qualidade, mas é suficientemente bom, assim como seus efeitos. 6/10
  • The Vampire Diaries (The CW): seguindo os passos de Crepúsculo, a série é adaptada de uma série de livros e tem todos os aspectos necessários para manter menininhas na frente da TV: tensão sexual entre os protagonistas, um protagonista meio vilão que é muito gostoso e um romance que se arrasta. Consegue melhorar após alguns episódios, mas misturar bruxas e lobisomens não deixa a trama muito melhor. Anos-luz melhor que Twilight, porém. 5/10
  • FlashForward (ABC): outro sci-fi da ABC - desesperada por achar outro Lost -, a série toma lugar após um evento que faz o mundo parar por 137 segundos e as pessoas, nesse tempo, vêem suas vidas 6 meses à frente. Eu sei, é o tipo de premissa que é idiota mas interessa. Mas FlashForward se mostra, após seu primeiro episódio (mentira, após uns 20 minutos) um saco de enrolação sem fim e o meu interesse na série se esvaiu muito rápido, simplesmente porque não há nada por ter interesse. Sem sorte com seu novo Lost, ABC. 3/10
  • Southland (NBC/TNT): eu sei que Southland é do midseason de 2009 da NBC, mas descobri essa incrível série com o ex-Ryan de The O.C. apenas no fim do ano passado. Coloca de modo (relativamente) realista a vida de um grupo de policiais de L.A. explorando o background da parte pobre, perdida e drogada da cidade. Tem incríveis atuações - como a da detetive Lydia -, fortes personagens, ótimo trabalho de câmera e diálogos como onde ex-Ryan recebe o seguinte comentário do realista colega de trabalho John: 'você tem Beverly Hills 90210 escrito por toda a sua cara'. Cancelado pela NBC - porque a NBC é burra, 2 - mas renovado pela TNT, thank god. 9/10
  • Life Unexpected (The CW): não acompanho atualmente mais nenhuma série do The CW, após desistir de Gossip Girl em sua terceira temporada (que porra de threesome com a Hilary Duff foi aquele? seriously?), mas uma substituição de midseason me fez voltar a acompanhar alguma série do reduzido canal: Life Unexpected, que fala sobre Lux, que, depois de passar quase 16 anos de sua vida indo de um lar adotivo para outro sem ser adotada, vai em busca de seus pais biológicos para ser emancipada. Após achá-los - um típico chapado solteirão e uma certinha locutora de rádio - seu pedido de emancipação é recusado em corte e ela é acolhida pela locutora (e sim, esse é o resumo do piloto). Após assistir o piloto - que gostei muito -, me perguntei o que iria acontecer dali pra frente, até porque nada parecia ter restado. Mas seus primeiros quatro episódios foram suficientemente bons e consigo reconhecer Everwood e Gilmore Girls na série, com seu diálogo inteligente e o carisma que a série irradia. No estilo mais inesperado, é um programa nostálgico. 8/10
Fall: novas séries cômicas

  • Cougar Town (ABC): a nova série da ex-Friends Courteney Cox tem um assunto central: sexo. Na verdade, além da bebida, esse é do que se trata a série. Sobre Jules, uma recém-separada que chega aos quarenta e tem certa crise de idade, querendo viver uma vida bem agitada de novo e voltar com sua vida sexual de forma extremamente ativa, tendo a ajuda de sua amiga e empregada na imobiliária da qual ela é dona, sendo essa sua amiga razoavelmente promíscua e definitivamente vulgar - assim como a série. Jules também tem um filho adolescente virgem, uma melhor amiga casada e um vizinho gostoso, além de seu ex-marido hillbilly e seu parceiro-sexual-da-semana (meio que a antitese do monstro-da-semana de Arquivo-X). Mesmo vulgar, a série tem ótimas atuações, piadas com timing perfeito e é extremamente engraçada, se você não ligar em rir de piadas sujas ou de situações engraçadas de tão toscas. É tipo sexo com um desconhecido das séries de comédia, sem o risco de alguma doença. Renovado para uma segunda temporada, yay. 9/10
  • Nurse Jackie (Showtime): do mesmo canal de Dexter e Californication, Nurse Jackie é sobre uma enfermeira extremamente sarcástica e direta - e seca - que transa com o farmacêutico do hospital onde é chefe das enfermeiras para conseguir anfetaminas sem prescrição. A série abusa da comédia negra e se abstêm do uso de morais para com seus personagens e situações. É dramática na dose certa e faz uma crítica social bastante disfarçada porém eficiente, além de uma das melhores atuações do ano por Edie Falco, ex-Sopranos. Mais uma incrível série do Showtime, renovada para uma segunda temporada. 9/10
  • The Middle (ABC): sem o grande hype que as estréias de Modern Family e Cougar Town tiveram (mas dividindo o Wednesdays Comedy na ABC), The Middle estreou sem grande estardalhaço na ABC e com uma audiência afundada pela terrível Hank, mas com inegável qualidade. Sobre uma família nuclear do mid-west americano, constituída por uma vendedora de carros faz-tudo; um honesto pai-de-família; uma pré-adolescente impopular na crise da puberdade; um adolescente whatever, dude fora do ar e um ávido leitor de 8 anos que repete a última palavra depois de uma sentença, The Middle é terrivelmente engraçado, meio retro (não no estilo The Nanny, e sim meio Married... With Children) e realismo (i.e. recessão e por ser uma família de classe média-baixa). O programa também é bastante leve e pra mim o melhor é o fato de descrever de um jeito cômico situações comuns de uma família comum. Ninguém tem nada demais no programa, ele é simples e incrivelmente engraçado. Além disso, Patricia Heaton, ex-Everybody Loves Raymond, está no programa, entregando uma ótima atuação. Após um crescimento semanal de audiência, renovado cedo pela ABC junto com Cougar Town e Modern Family. Provavelmente a melhor nova comédia da temporada. 9/10
  • Glee (Fox): nova modinha entre adolescentes - inclusive no Brasil - Glee é um High School Musical um pouco mais liberado e com fortes atuações. Sobre o Glee Club, um falido grupo de canto no qual o professor de espanhol carismático e [irritante] certinho assume o comando. Glee satiriza os High School movies e séries ao mesmo tempo em que contém ótimos números musicais e personagens gostáveis, além de um comentário social cerca de temas como bullying, homossexualidade e deficientes. Porém com o progresso da temporada foi se perdendo em histórias muito soap opera, como a gravidez de Quinn, e ficou cansativo. Ainda assim, achei o melhor piloto de comédia dessa temporada. 6/10
  • Modern Family (ABC): mocumentário sobre três famílias - um cinquentão casado com uma colombiana muito mais nova e sua filha que tem uma família suburbana comum e seu filho gay que adotou com seu parceiro um bebê vietnamita - que foi acolhido pelos críticos e audiência americana. Basicamente descreve o cotidiano dessas famílias, intercalado com single-shot que funcionam como entrevistas aos personagens. É terrivelmente engraçado e com ótimas atuações (como a do ex-The Class Jesse Tyler Ferguson), além de satirizar aspectos da vida suburbana. Se estica um pouco e peca pela falta de realismo, mas é uma das melhores estréias desse fall. 8/10

Frase da semana:
'E eu disse ao jardineiro chorão: o amor está em toda esquina. Na Colômbia costumávamos dizer isso porque tinha uma prostituta em toda a esquina' - Gloria, Modern Family.

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